Texto Base: 2Reis 4: 8 a 37).
Essa história nos chama muito a atenção pelo tanto de lições que podem sair dela.
A Bíblia não menciona o nome de tal mulher, apenas a chama de sunamita, uma referência a cidade de Suném, onde morava. Suném quer dizer:Lugar de repouso. Localizada a sudeste do mar da Galiléia, entre os montes Gilboa e Tabor, na planície de Jezreel é herança da tribo de Isaacar.
Aqui Deus nos revela algo tremendo: para recebermos milagres e ver o agir de Deus em nossas vidas precisamos estar “em repouso”, ou seja, descansando no Senhor. Deus não trabalha na ansiedade. A ansiedade impede Deus de agir. Precisamos descansar que quando entregamos algo ao Senhor, Ele vai realmente operar em nosso favor e realizar muito mais!
O profeta Eliseu exercia seu ministério por lá quando foi notado pela sunamita: “Eis que este é um santo homem de Deus”. Aquela mulher tinha um relacionamento com Deus, por isso tinha discernimento para ver que Eliseu era um homem separado por Deus. A partir dai Eliseu tornara-se hóspede dela, nada lhe faltava.
Muitas vezes não recebemos bênçãos por achar que algumas pessoas são menores ou menos capazes que as outras, é preciso entender que Deus usa quem Ele quer e que nossas necessidades e milagres podem estar em mãos que vivem bem ao nosso lado. Deus nos ensina a ter humildade para reconhecer que precisamos discernir as qualidades das pessoas.
Como forma de retribuição Eliseu pensou em falar com o rei para, quem sabe, lhe retribuir os favores, sua resposta foi: “Eu habito no meio de meu povo”, ou seja, “sou feliz neste lugar, não necessito de mais riquezas, me agrada o convívio com o povo”. Eliseu, então, pede a Deus que lhe dê um filho.
Passado o tempo o filho da sunamita sente uma forte dor de cabeça e falece. Veja a reação o exemplo daquela mulher…
Sabe o que fez a sunamita?
Ela não chorou nem mandou enterrar seu filho, mas deitou o menino no quarto de Eliseu, reuniu os empregados, preparou jumentas e foi até o Monte Carmelo ao encontro do profeta. Agora Deus nos fala sobre FÉ.
Sem olhar para a situação, para o problema, a sunamita corre ao Carmelo que significa Presença de Deus. É assim que devemos ser: nos momentos de adversidade, de luta, de provação, devemos acreditar no impossível e correr para a presença do Pai.
Ela demonstrou auto-controle, equilíbrio emocional e não se desesperou. Acreditou naquilo que seus olhos não podiam contemplar. Sonhou com a vida!
Aplicação pessoal:
Devemos procurar agir como a sunamita: buscar paz e descanso em Deus, sabendo que Ele é Fiel para fazer muito mais do que pensamos. Aprender a discernir as pessoas que Ele mesmo quer usar em nossas vidas e ter humildade para entender que precisamos do próximo. Desenvolver a FÉ, ver além, ainda que obstáculos estejam a nossa frente. Ir ao Monte Carmelo – conquistar milagres implica duas condições: buscar a presença de Deus e pagar um preço. Veja que ela percorreu aproximadamente 32Km para buscar o profeta que faria a oração por seu filho.
- Você está disposta a perseguir seu milagre?
Coragem e persistência são atributos de Deus!
A MULHER SUNAMITA E ELISEU, O SANTO HOMEM DE DEUS
"E ela disse ao seu marido: Eis que tenho observado que este
que passa sempre por nós é um santo homem de Deus". (2 Reis 4:9)
Eliseu era realmente um homem de Deus. Seu nome significa "Deus é Salvação". O sucessor de Elias foi um profeta exemplar. Seu trabalho profético, nos reinados de Jeroão, Jeú e Jeoacaz, que estão registrados no livro de II Reis, mostrou a corte idólatra e ao sacerdócio o mesmo espírito de oposição que inspirara Elias.
No texto de II Reis 4:9 notamos que esta mulher não teve um amor ágape a primeira vista. "Eis que tenho observado". A sunamita se revela uma mulher observadora, atenta a detalhes, vigilante, e não emocionalmente levada por uma simples "aparência" de "santo homem".
"...que passa sempre por nós..."
Não era a primeira vez que Eliseu passara próximo a esta mulher e seu marido. Ele já estava na observação apurada da sunamita que viu em seu viver, seu caráter, seu comportamento, que ele excedia em muito a outros que talvez já tivessem passado por ela se intitulando homens de Deus. Eliseu passou pelo crivo crítico de uma mulher rica, que não atentava para outros interesses, senão o de avaliar a santidade, a diferença na estrutura de homem de Deus, muito além das aparências religiosas.
"...passa sempre por nós..."
Outro detalhe a observar é que Eliseu não adiantou nenhum tipo de bajulação a esta mulher pelo fato dela ser rica. Eliseu não estava nem aí se ela fosse pobre, milionária, mas "passava" por ela e seu esposo, sem nada pedir, sem aproveitar da posição e poder aquisitivo dela. E isso despertou a observância da mulher sunamita na vida santa sem interesses da parte de Eliseu.
Mas nos dias de hoje qual homem poderíamos hospedar em nossa casa, com a garantia de ser realmente um "santo homem de Deus", sem sofrermos decepções?! Pelas aparências vemos todos os dias inúmeros pregadores pulando, sapateando, falando em línguas estranhas, tentando a todo custo passar a imagem de um "santo homem". As desilusões não são poucas de quem cai nas lábias de muitos destes que aparentam santidade. Cheques sem fundos, dinheiro emprestado nunca pago, e outras tristezas já decepcionaram lares, irmãos e igrejas em ciladas de quem pensava estar ajudando "Eliseus" do presente século. Homens que são um verdadeiro furacão de "poder" no púlpito, e entregam revelações e visões que nos deixam boquiabertos, e depois novamente ficamos boquiabertos, com estes mesmos homens, com o rastro que eles deixam de golpes aplicados, comércios, etc. É triste, mas é verdade! Muitos já viveram esta amarga experiência.
Nos dias de hoje parece não haver mais tantos Eliseus assim. Mas há muitos"Geazis"! Após a cura da lepra de Naamã, nos conhecidos "Sete Mergulhos" emII Reis 5, Geazi, o moço de Eliseu, homem de Deus, achou injusto um siro Naamã ser curado da lepra e ele não levar vantagem nisso. E resmunga:
"Eis que meu senhor impediu a este siro Naamã que da sua mão se desse alguma coisa do que trazia; porém, tão certo como vive o Senhor, que hei de correr atrás dele e tomar dele alguma coisa". (II Reis 5:20)
O delírio de Geazi o leva a perder a lucidez e o discernimento da vontade de Deus com sua ambição desmedida, seus interesses mercenários, seu interesse nos bens de Naamã: "...tão certo como vive o Senhor..." O homem malicioso é tão enganado por ele mesmo, que chega a ter uma falsa fé!
E a astúcia dele em tomar alguma coisa de Naamã o leva a elaborar uma mentirapara arrecadar os bens que não eram de seu direito. Observe: "Meu senhor me mandou dizer: Eis que agora mesmo vieram a mim dois jovens dos filhos dos profetas da montanha de Efraim; dá-lhes, pois, um talento de prata e duas mudas de vestes. E disse Naamã: Sê servido tomar dois talentos". (vs. 22)Quando Eliseu o interroga, outra vez ele mente:
"E disse-lhe Eliseu: De onde vens, Geazi? E disse:
Teu servo não foi nem a uma nem a outra parte". (vs. 25)
A conseqüência de Geazi foi pegar a lepra de Naamã. "Era isso ocasião para tomares prata e para tomares vestes, e olivais, e vinhas, e ovelhas, e bois, e servos, e servas? Portanto, a lepra de Naamã se pegará a ti e à tua semente para sempre. Então, saiu de diante dele leproso, branco como a neve". (vs. 26,27)
A lepra de Geazi é mais manifesta nos dias de hoje do que o caráter de Eliseu, como santo homem de Deus. Basta se converter alguém de poder aquisitivo na igreja que as bajulações são infinitas. Mais que rapidamente o membro rico da igreja sobe de cargo e senta no púlpito como se tivesse pago por anos a fio o mesmo preço dos irmãos mais pobres da igreja. Pregadores, evangelistas e pastores traçam elogios e pouco fiscalizam a vida do membro que tem dinheiro. Não importa se ele vai a praia, usa bermuda e não segue à risca a sã doutrina da igreja. O dízimo dele o redime destes outros "pecados".
Não são todas as igrejas que agem assim. Graças a Deus muitas tem se mantido longe da "lepra geaziana". Mas o fato acima descrito não é novidade para muitos de nós. Em algum lugar, em alguma igreja, já presenciamos algo semelhante. Muito semelhante, diga-se de passagem.
Que a nossa vida cristã, como membros, obreiros e líderes, venha a se espelhar no carater de Eliseu, o santo homem de Deus.
"Mas se fazeis acepção de pessoas, cometeis pecado, sendo
por isso condenados pela lei como transgressores". (Tiago 2:9)